Tratamentos com cannabis beneficiam saúde da mulher

imagem de capa traz a foto de um conta-gotas com substância amarela translúcida sendo segurado acima de um frasco âmbar, do qual aparece apenas a parte de cima, e parte do corpo da pessoa, no lado esquerdo do quadro, com uma formação rochosa encerrando a composição ao fundo. cannabis

Condições como dores crônicas, fibromialgia, endometriose, menopausa e outras apresentam melhora nos sintomas com o uso terapêutico da cannabis

Entenda como tratamento com cannabis pode ajudar na saúde da mulher

Leia também: Perfil: Mulheres acima dos 50 anos são as que mais buscam tratamento com cannabis

Endometriose

A endometriose afeta 6,5 milhões de mulheres no Brasil e 176 milhões no mundo, segundo um levantamento da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). A doença é caracterizada pela presença de células do endométrio, tecido de revestimento do útero, em outros órgãos da região abdominal, como bexiga, ovários, trompas e parte externa do útero.

É causada por um crescimento anormal do tecido endometrial, que reveste o útero. Quando o tecido cresce fora do útero e se liga a outros órgãos, o corpo detecta essa substância estranha e a ataca, desencadeando uma resposta inflamatória que leva a cicatrizes, dor e, ocasionalmente, infertilidade.

As mulheres que desejam atenuar os sintomas da endometriose, sem recorrer a terapias hormonais insustentáveis, podem usar cannabis medicinal. Ao dividir a endometriose em seus principais sintomas, é possível ver como canabinoides e terpenos específicos encontrados na planta da cannabis podem ajudar as pessoas geneticamente predispostas ao desenvolvimento da doença.

“As propriedades anti-inflamatórias do CBD estão bem documentadas. Foi demonstrado que reduz a inflamação ao longo de várias vias principais do corpo, tornando-o um tratamento eficaz contra certas condições inflamatórias”, explica a nossa endocrinologista, Dra. Thaís Perlingeiro.

A paciente da clínica Gravital, Bruna de Oliveira Bertolaci, destaca que desde que começou o tratamento com o óleo à base de cannabis a melhora foi significativa. “Para mim está sendo muito melhor do que outros medicamentos que usava anteriormente”, destaca Bruna.

Menopausa

A menopausa é o nome dado à última menstruação da mulher, que ocorre por volta dos 50 anos de idade. Antes da menopausa, ocorre um período de flutuação hormonal, onde os ciclos menstruais da mulher ficam irregulares e sintomas físicos indesejados podem ocorrer, como ondas de calor, irritabilidade e variações do humor.

Um estudo apresentado na Sociedade Norte-Americana de Menopausa no mês passado descobriu que 27% das mulheres usaram, ou estão usando atualmente, cannabis para controlar os sintomas da menopausa — mais do que o número (19%) que tentou uma terapia hormonal mais tradicional, de acordo com um relatório do Atlanta Journal-Constitution.

Outros 10% das entrevistadas disseram que estão interessadas ​​em experimentar cannabis para aliviar os sintomas relacionados à menopausa.

Quando as mulheres entram na pós-menopausa, há intensa diminuição do estrogênio, com consequente redução na sinalização do sistema endocanabinoide. Isso foi concluído em um estudo de 2007, onde pesquisadores demonstraram que o efeito antidepressivo e ansiolítico (que reduz a ansiedade) do estrogênio está relacionado ao sistema endocanabinoide.

O tratamento à base de cannabis na menopausa envolve a administração de fitocanabinoides extraídos da planta para recuperar o equilíbrio do sistema endocanabinoide, melhorando os sintomas da redução do estrogênio de uma forma não hormonal e segura. Um recente artigo corrobora com a efetividade do tratamento, onde 115 mulheres usuárias de cannabis relacionaram seu uso com a melhora de sintomas da menopausa, como ondas de calor, insônia, ansiedade, depressão e desconforto muscular.

A médica endocrinologista que também atua com a medicina integrativa, Dra. Thaís Perlingeiro, afirma que suas pacientes mulheres relataram melhora em diversas condições, desde o humor, o alívio de cólicas menstruais e desconfortos da menopausa, afetando positivamente até a vida sexual.

“A mulher fica mais relaxada, menos ansiosa e consequentemente ajuda na libido e na energia sexual”, comenta a médica.

Fibromialgia e dores crônicas

Mulheres de todas as idades buscam os canabinoides para melhorar a qualidade de vida por conta de dores crônicas em geral.

É o caso da carioca Nair Azevedo, de 51 anos de idade. Bancária há 30 anos, ele sofria de dores generalizadas nas articulações, a ponto de ter que ser afastada do trabalho. “Eu sofri de tendinites e comecei a sentir dor em todas as juntas. Comecei a ficar desesperada porque eu tomava muitos remédios anti-inflamatórios, fazia fisioterapia, pilates. Contudo, nada estava funcionando”, lembra a bancária.

A paciente, que está fazendo uso do óleo de CBD há algumas semanas, conta que sentia dores terríveis e tomava remédios pesados que a deixavam muito inchada.

“Agora que eu estou tomando o óleo à base de cannabis as dores sumiram, eu estou conseguindo dormir, eu não conseguia antes por causa da tendinite e milagrosamente eu não tenho dor mais”, completa.

Nair também relata que as relações familiares melhoraram muito pois A cannabis me devolveu a qualidade de vida. Melhorou a saúde das relações na família e o meu marido me incentivou muito. Recentemente eu descobri que minha mãe está com Alzheimer e minha sogra com artrose, e eu penso em fazer as duas também”, declara.

Se você também acredita que a cannabis pode ajudar no seu bem-estar ou de alguém próximo, agende sua consulta presencial nas unidades Rio de Janeiro, Curitiba ou Porto Alegre. Nosso time de médicas(os) especialistas em cannabis medicinal também está disponível para atendimento on-line para todo o Brasil.

Leia: Confira o que é preciso para iniciar um tratamento com cannabis

Referências

Hill MN, Karacabeyli ES, Gorzalka BB. Estrogen recruits the endocannabinoid system to modulate emotionality. Psychoneuroendocrinology. 2007;32(4):350-357.

Slavin, M. N., Farmer, S., & Earleywine, M. (2016). Expectancy mediated effects of marijuana on menopause symptoms. Addiction Research & Theory. 2016;24(4), 322-329.