Dor e espasticidade são os sintomas da Esclerose Múltipla (EM) com mais evidências científicas relacionadas aos benefícios do tratamento com cannabis medicinal
Trinta de agosto é o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla desde 2006 e, desde 2013, a Associação Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME) promove a campanha Agosto Laranja, para dar mais visibilidade à condição e seus impactos na vida das pessoas.
A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica autoimune que compromete o sistema nervoso central. É uma doença crônica que se inicia geralmente entre 20 e 40 anos de idade, predominando entre as mulheres. A causa envolve predisposição genética e fatores ambientais.
Nos portadores da EM, as células imunológicas invertem seu papel: ao invés de protegerem o sistema de defesa do indivíduo, passam a agredi-lo, produzindo inflamações. As inflamações afetam particularmente a bainha de mielina, capa protetora que reveste os prolongamentos dos neurônios, denominados axônios, responsáveis por conduzir os impulsos elétricos do sistema nervoso central para o corpo e vice-versa. Com a mielina e os axônios lesionados pelas inflamações, as funções coordenadas pelo cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal ficam comprometidas. Desta forma surgem os sintomas típicos da doença, como alterações na visão, na sensibilidade do corpo, no equilíbrio, no controle esfincteriano e na força muscular dos membros, com consequente redução na mobilidade e locomoção.
A EM atinge mais de 2,5 milhões de pessoas no mundo, e ainda não há cura. Os tratamentos convencionais envolvem medicamentos como imunossupressores, corticoides, anti-inflamatórios e quimioterapia. Infelizmente, pacientes relatam efeitos colaterais desagradáveis. Já a cannabis pode melhorar a função cerebral e aliviar os sintomas da doença, com efeitos colaterais reduzidos e menos nocivos.
A EM é uma das doenças com mais estudos com medicamentos à base de cannabis, que comprovam alívio de diversos sintomas, como espasticidade (rigidez muscular), dor e fadiga. Com a melhora sintomática, o paciente volta a ter maior mobilidade, mais disposição e menos dores, e consequentemente tem melhora na qualidade de vida.
Referência(s):
Wade DT, Makela P, Robson P, House H, Bateman C. “Do cannabis-based medicinal extracts have general or specific effects on symptoms in multiple sclerosis? A double-blind, randomized, placebo-controlled study on 160 patients.” Multiple Sclerosis Journal. 2004 Aug;10(4):434-41. .
#PraTodosVerem: Fotografia do ponto de vista superior de uma planta de cannabis com folhas de tons verdes, roxo e laranja. Foto: Tim Foster | Unsplash